Seminário na Câmara reúne os três modelos de TV digital
Qual o modelo de TV digital ideal para ser usado no Brasil? Este é o tema de seminário internacional que a Câmara promove, no Auditório Nereu Ramos.
Pela primeira vez os três padrões internacionais de TV digital – o americano, o europeu e o japonês - vão se confrontar em público para esclarecer a população e especialistas a respeito das vantagens e desvantagens de cada um.
O público já sabe que a adoção da TV digital no Brasil vai mudar o formato dos aparelhos e a qualidade das imagens, mas pouco se falou até agora sobre como isso mudará a programação da televisão brasileira e que avanços sociais, econômicos e culturais podem surgir dessa nova tecnologia. Os debates vão reunir autoridades do governo, pesquisadores brasileiros e representantes dos três padrões tecnológicos já desenvolvidos no mercado - DVB (europeu), ATSC (norte-americano) e ISDB (japonês).
Exposição
As três tecnologias poderão ser conhecidas também na exposição temática que será montada de 16 a 18 de maio no Hall da Taquigrafia, onde haverá ainda estande coordenado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que fará uma mostra de pesquisas desenvolvidas no Brasil sobre a TV digital.
Estarão representadas pesquisas da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos).
Modelo de exploração
A escolha do padrão tecnológico a ser adotado pelo Brasil vem mobilizando os debates até o momento, mas a definição do modelo de exploração é que pode realmente definir o alcance da nova tecnologia para o país em termos econômicos, sociais e culturais. Essa foi uma das principais conclusões da palestra promovida pela Associação dos
Consultores Legislativos e de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara (Aslegis) na semana passada na Câmara.
Segundo os consultores da Câmara, o problema da incompatibilidade com a televisão analógica impõe o desenho de uma complexa estratégia de evolução do serviço. E tanto a convergência quanto uma possível competição entre empresas de radiodifusão e de telecomunicações abrem oportunidades para educação, cultura, economia e negócios. Tudo isso envolve uma radical transformação do modelo de negócios da
radiodifusão e, conseqüentemente, de toda legislação sobre o assunto.
Além de melhorar a qualidade da imagem e aumentar o número de canais abertos, a TV digital poderá ser um vetor de integração social; alavancar oportunidades para a indústria eletro-eletrônica e para a informática; e abrir oportunidades comerciais para o Brasil em outros países.
O novo sistema possibilitá, por exemplo, a transmissão de vários programas simultâneos em um mesmo canal. A transformação mais drástica é a utilização do televisor como equipamento interativo. Segundo especialistas do setor, essa nova função do televisor modificará, radicalmente, o atual modelo de televisão aberta.
A TV digital viabilizará ainda serviços como a compra de produtos, já conhecido como t-commerce. Também a recepção móvel do sinal de TV em carros, ônibus, trens, telefones celulares e computadores de mão é outra característica com impacto econômico da nova tecnologia.
Estudo da Consultoria Legislativa da Câmara assinala que uma das questões vitais é a escolha do padrão de qualidade de imagem e de som. A resolução da imagem e o formato da tela são dois atributos que definem a qualidade do sistema. Os conceitos mais utilizados, hoje, são os de Alta Definição ( HDTV) e de Definição Padrão (SDTV). Os três padrões disponíveis, no momento - o americano, o europeu e o japonês - foram desenvolvidos dentro destes dois conceitos.