TV Câmara faz teste de transmissão de sinal digital
A TV Câmara vai realizar testes de transmissão de sinais digitais no interior da Câmara dos Deputados a partir de pesquisas coordenadas pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).
Os testes seriam feitos nesta terça-feira (16), ao longo dos dois eventos promovidos pela Câmara sobre o tema: o Seminário TV Digital: Futuro e Cidadania (realizado nesta terça no auditório Nereu Ramos) e a exposição TV Digital - Obstáculos e Desafios para uma Nova Comunicação (que fica aberta ao público até quinta-feira, no Hall da Taquigrafia).
Na última sexta-feira (12), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) concedeu autorização para o teste, mas a permissão foi revogada na manhã desta terça-feira. A revogação, segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, se deveu a erros formais no pedido da TV Câmara, encaminhado à agência pelo CPqD.
Depois de esclarecido o mal-entendido, o presidente da Câmara, Aldo Rebelo, assinou nova solicitação de uso do canal 22 para o teste de transmissão da TV Câmara, que será realizado no interior do prédio. A autorização vale para todos os modelos de TV digital - o europeu, o americano e o japonês - e deve ser publicada nesta quarta-feira (17) no "Diário Oficial" da União (DOU).
A TV Câmara é a primeira emissora do país a receber autorização formal para fazer um teste desse tipo. A autorização foi concedida para execução do Serviço Especial para Fins Científicos ou Experimentais. Para isso, o CPqD instalou um trasmissor no Hall da Taquigrafia, que enviará sinais digitais para um receptor também instalado no interior da Câmara.
O teste da tecnologia desenvolvida no Brasil utiliza pesquisas feitas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel).
Takashi Tome, pesquisador do CPqD, vai coordenar a transmissão digital do sinal, inclusive o da TV Câmara. Ele explica que vai usar o Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD). Um dos testes a ser feito é a transmissão de um programa de TV interativo, em que o telespectador usa o controle remoto do aparelho para responder a um questionário sobre saúde. Outro teste desenvolvido pelos pesquisadores conecta o telespectador a uma rede de torcedores de futebol, em que o som de cada um deles pode ser ouvido no áudio do televisor.
"Além da possibilidade da interatividade, o sinal digital tem muito mais qualidade que o analógico, que é usado hoje. Não só em relação à imagem, mas também ao som", explica o pesquisador.
Revolução digital
Além de melhorar a qualidade da imagem e aumentar o número de canais abertos, a TV digital poderá ser um vetor de integração social; alavancar oportunidades para a indústria eletro-eletrônica e para a informática; além de abrir oportunidades comerciais para o Brasil em outros países.
O novo sistema possibilitará, por exemplo, a transmissão de vários programas simultâneos em um mesmo canal. A transformação mais drástica é a utilização do televisor como equipamento interativo. Segundo especialistas do setor, essa nova função do televisor modificará, radicalmente, o atual modelo de televisão aberta.
A TV digital viabilizará ainda serviços como a compra de produtos, já conhecido como t-commerce. Também a recepção móvel do sinal de TV em carros, ônibus, trens, telefones celulares e computadores de mão é outra característica com impacto econômico da nova tecnologia.
SERVIÇO
Exposição TV Digital - Obstáculos e Desafios para uma Nova Comunicação
De 16 a 18 de maio
Hall da Taquigrafia