Senado abre trabalhos em fevereiro com 25 novos senadores
No próximo 1º de fevereiro, 20 novos senadores e senadoras assumem seus mandatos no Senado Federal. Todos foram eleitos nas eleições de 2006. Sete senadores foram reeleito. Os vinte que ingressam se somam aos cinco que já tomaram posse em substituição a senadores que deixaram a Casa para assumir cargos no Executivo em 1o de janeiro, para os quais foram eleitos em outubro, perfazendo um total de 25 de novos nomes no Senado, uma renovação de 30%.
Região Norte
Os novos senadores da região Norte do país são Alfredo Nascimento (PL-AM), Expedito Júnior (PPS-RO), Mário Couto (PSDB-PA) e Kátia Abreu (PFL-TO). Outro novato é o senador José Nery (PSOL-PA), que assumiu o cargo no lugar na senadora Ana Júlia Carepa (PT), eleita governadora do Pará. Os senadores Tião Viana (PT-AC), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e José Sarney (PMDB-AP) foram reeleitos.
O Amazonas elegeu Alfredo Nascimento, 54 anos, com 629 mil votos (47,49% dos votos válidos). Uma de suas bandeiras deverá ser a manutenção e a estabilidade da Zona Franca de Manaus. Além de prefeito de Manaus, o senador eleito já foi ministro dos Transportes, em 2004. Exerceu ainda o cargo de superintendente da Zona Franca de Manaus. Presidente do PL do Amazonas, Alfredo Nascimento é casado e formado em Letras e Matemática e especialista em Administração de Pessoal, Administração de Materiais e Auditoria em Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Ele assume o cargo no lugar de Gilberto Mestrinho (PMDB), que não obteve a reeleição.
Em Rondônia foi eleito senador Expedito Júnior,
com mais de 267 mil votos (39,58%). Ele entra na vaga deixada por Amir
Lando (PMDB). Expedito já atuou no Congresso Nacional como deputado
federal em três ocasiões. Em 1986, tornou-se um dos mais jovens
deputados federais do país, participando inclusive da elaboração da
Constituição federal. Em 1994, elegeu-se novamente deputado federal,
reelegendo-se em 1998, no qual permaneceu até 2003.
No Pará, Mário Couto foi eleito ao derrotar nas urnas o senador Luiz Otávio (PMDB). Nascido na Ilha de Marajó, Mário Couto é filho de um casal de comerciantes da Vila de Salvaterra, município de Soure, o maior da ilha, conhecido como a capital marajoara. Engenheiro, Mário Couto começou sua vida política depois de ter ocupado a chefia do antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) no Pará. Ele obteve mais de 1,4 milhão de votos (51,87%) nas eleições de 2006. Cumpriu quatro mandatos como deputado estadual e foi presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Pará. Ele tem 60 anos de idade e seis filhos.
O Pará começa 2007 com mais um novato, o senador José Nery,
suplente de Ana Júlia Carepa (PT). Cearense radicado no Pará há 22
anos, o sindicalista José Nery, 45 anos, foi eleito três vezes vereador
de Abaetetuba (PA), nas proximidades de Belém. Em 2005, filiou-se ao
recém-formado PSOL, o que garante a continuidade da representação do
partido no Senado.
O Tocantins elegeu Kátia Abreu, com 325 mil votos (51,08% dos votos válidos). Atualmente cumprindo mandato de deputada federal, Kátia Abreu derrotou nas urnas Eduardo Siqueira Campos (PSDB), que tentava a reeleição. Empresária rural e psicóloga, coordena a Frente Parlamentar da Agricultura do Congresso Nacional e pertence à bancada ruralista da Câmara. Também participou da Frente Parlamentar em Defesa da Televisão Pública e, em 2001, integrou a CPI da Mortalidade Materna.
Região Nordeste
Os novos senadores nordestinos são Epitácio Cafeteira (PTB-MA), João Vicente Claudino (PTB-PI), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Rosalba Ciarlini Rosado (PFL-RN), Cícero Lucena (PSDB-PB), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Fernando Collor de Mello (PRTB-AL) e João Durval Carneiro (PDT-BA). Outro nem tão novato é o senador João Tenório (PSDB-AL), que assumiu o cargo no lugar de Teotônio Vilela Filho (PSDB), eleito governador. Tenório já havia substituído temporariamente o senador Teotônio em outras oportunidades. Agora assume definitivamente o mandato. A senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE) foi reeleita.
Com mais de 40 anos de vida pública, Epitácio Cafeteira
volta ao Senado eleito com mais de um milhão de votos (39,37% dos votos
válidos) para representar o Maranhão pelos próximos oito anos.
Cafeteira foi prefeito de São Luís de 1965 a 1969; deputado federal de
1967 a 1987; governador de 1986 a 1990 e senador entre os anos de 1991
e 1999. Cafeteira assume a vaga de João Alberto Souza (PMDB).
O Piauí elegeu João Vicente Claudino
com mais de 926 mil votos (65,44%). Ele entra na vaga de Alberto Silva
(PMDB), eleito deputado federal. Empresário das áreas de indústria e
comércio, Claudino tem 43 anos, é casado e pai de cinco filhos. Novato
na política, concorreu a um mandato eletivo pela primeira vez. Foi
secretário estadual de Indústria, Comércio e Tecnologia (1995-1998)
durante o governo do então governador Mão Santa (PMDB).
Inácio Arruda
foi eleito no Ceará com mais de 1,9 milhão de votos (52,25%). Aos 49
anos, Inácio é deputado federal e marcou sua atividade política na
liderança de movimentos em prol da reforma urbana de Fortaleza, tendo
sido o primeiro presidente da Federação de Bairros e Favelas da capital
cearense. É casado e tem três filhos. É funcionário público do Tribunal
de Justiça do estado. Ele entra na vaga de Luiz Pontes (PSDB).
O Rio Grande do Norte elegeu com mais de 645 mil votos (44,18%) Rosalba Ciarlini Rosado
para o Senado. Ela derrotou nas eleições o atual senador Fernando
Bezerra (PTB). A médica pediatra já dirigiu o maior hospital público de
Mossoró, a segunda cidade do Rio Grande do Norte. Pouco tempo depois
foi eleita prefeita da cidade e, quatro anos mais tarde, reconduzida ao
posto.
Na Paraíba, o ex-prefeito de João Pessoa Cícero Lucena foi eleito, aos 49 anos, com mais de 803 mil votos (48,25%). Ele entra no lugar de Ney Suassuna (PMDB). O primeiro cargo eletivo de Lucena, conquistado nas eleições de 1989, foi de vice-governador na chapa do ex-senador Ronaldo Cunha Lima. Passou a exercer o cargo de governador com o afastamento de Cunha Lima para concorrer às eleições de 1994. Em 1996, Lucena candidatou-se a prefeito de João Pessoa, sendo eleito no segundo turno da disputa. Um segundo mandato no cargo foi conquistado já no primeiro turno das eleições de 2000. Lucena foi ministro do governo Fernando Henrique Cardoso e secretário de Planejamento do governo da Paraíba. É casado e natural de São José de Piranhas (PB).
Em Pernambuco, Jarbas Vasconcelos foi eleito com mais de dois milhões de votos (56,14% dos votos válidos). Ele assume a vaga de José Jorge (PFL). O peemedebista chega ao Senado aos 64 anos, após cumprir dois mandatos consecutivos de governador. Em 1998, elegeu-se para o cargo com mais de um milhão de votos de diferença para o segundo colocado, sendo reeleito em 2002. Natural de Vicência (PE), Jarbas Vasconcelos é divorciado e ingressou no MDB em 1966 e conquistou seu primeiro cargo eletivo pela legenda (deputado estadual) em 1970. Foi eleito deputado federal em 1974 e 1982. Chegou à Prefeitura do Recife, pelo voto direto, nas eleições de 1985 e 1992.
O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi eleito senador em Alagoas com mais de 550 mil votos (44,04%). Ele assume a vaga deixada por Heloísa Helena (PSOL). Afastado da vida pública desde 1992, quando renunciou ao cargo de presidente da República, Fernando Collor, 57 anos, é casado, jornalista e nasceu no Rio de Janeiro. Iniciou sua carreira política como prefeito nomeado de Maceió (1980-1982). Na galeria de ex-presidentes da República, figura como o primeiro eleito pelo voto popular após 25 anos de regime militar. No final de 1992, Collor foi afastado da presidência da República e substituído pelo seu vice, Itamar Franco.
O senador João Tenório assumiu a vaga deixada pelo senador Teotônio Vilela Filho, do qual é suplente, já tendo assumido o cargo em outras oportunidades. João Tenório é empresário em Alagoas, onde produz cana-de-açúcar, álcool e cocos.
Na Bahia, João Durval Carneiro foi eleito com mais de 2,6 milhões de votos (46,97%). Ele entra no lugar de Rodolpho Tourinho (PFL). Natural de Feira de Santana, João Durval é formado em odontologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e exerceu a profissão de odontólogo até a decisão de dedicar-se inteiramente à política. Em 1954, foi eleito vereador em Feira de Santana, sendo reeleito em 1958. Em 1962, concorreu à prefeitura do município, sendo derrotado. Quatro anos depois, voltou ao mesmo pleito e saiu vitorioso. Depois de cumprir seu primeiro mandato como prefeito, foi nomeado diretor do Centro de Desenvolvimento Industrial (Cedin). Elegeu-se consecutivamente deputado federal em 1975 e 1979. Em 1982, João Durval foi escolhido para substituir o candidato ao governo do estado, Clériston Andrade, morto durante a campanha em um acidente de helicóptero, tendo sido eleito.
Região Sul
No Sul, Raimundo Colombo (PFL-SC) foi eleito. Alvaro Dias (PSDB-PR) e Pedro Simon (PMDB-RS) foram reeleitos. O senador Neuto de Conto (PMDB-SC) assumiu no lugar de Leonel Pavan (PSDB), do qual é suplente. Pavan foi eleito vice-governador.
O pecuarista Raimundo Colombo é o novo senador por Santa Catarina. Ele entra na vaga de Jorge Bornhausen, também do PFL, que não disputou as eleições em 2006. Colombo preside o diretório catarinense de seu partido e também já foi deputado federal e estadual, secretário estadual de desenvolvimento Social e prefeito, por duas vezes, de sua cidade natal, Lages. O novo senador foi eleito com 1,73 milhões de votos, que correspondem a 58,58% dos votos válidos.
Neuto de Conto é formado em Contabilidade e empresário da agroindústria. Ele chegou ao Senado defendendo uma reforma política imediata e mudanças na legislação eleitoral, principalmente em relação ao instituto da reeleição.
Região Centro-Oeste
Foram eleitos em 2006 para o Senado Marisa Serrano (PSDB-MS), Marconi Perillo (PSDB-GO), Joaquim Roriz (PMDB-DF) e Jayme Campos (PFL-MT). O suplente Adelmir Santana (PFL-DF) já assumiu no lugar de Paulo Octávio, eleito vice-governador.
A primeira mulher eleita senadora pelo Mato Grosso do Sul é Marisa Serrano.
Ela teve 607 mil votos, 53,2% do total de votos válidos. A senadora
entrará no lugar de Juvêncio da Fonseca (PSDB), que concorreu para
deputado estadual, mas não foi eleito. Marisa Serrano é natural de Bela
Vista (MS) e foi vice-prefeita de Campo Grande. Ela é formada em Letras
e Pedagogia.
Marconi Perillo
foi eleito em Goiás com 2,03 milhões de votos (75,82% dos votos
válidos). Ele vai ocupar a vaga deixada por Maguito Vilela (PMDB), que
disputou o governo estadual, mas não foi eleito. Perillo governou Goiás
por dois mandatos, entre 1999 e 2006 e também já foi deputado estadual
e federal.
Joaquim Roriz foi eleito senador pelo Distrito Federal com 657 mil votos (51,83% dos votos válidos). Ele entrará no lugar de Valmir Amaral (PTB-DF), que não concorreu a nenhum cargo em 2006. Goiano, Roriz governou o DF por quatro mandatos: entre 1988 e 1990, por indicação do então presidente José Sarney; depois foi eleito pelo voto popular em 1990, 1998 e 2002. O novo senador iniciou sua carreira política em Goiás, onde foi vice-governador, prefeito da capital, deputado estadual e federal e vereador em Luziânia, sua cidade natal.
Adelmir Santana
é morador do Distrito Federal há 42 anos. O parlamentar é administrador
de empresas, com experiência em laboratórios farmacêuticos
multinacionais. Proprietário de uma rede de drogarias, foi dirigente do
Sistema Fecomércio-DF.
Jayme Campos representará o estado do Mato Grosso a partir de fevereiro, pois obteve 781 mil votos, ou 61,16% dos votos válidos. Ele entrará no lugar de Antero Paes de Barros (PSDB-MT), que disputou o governo estadual, mas não foi eleito. Nascido em Várzea Grande (MT), é produtor agropecuário. Jayme Campos foi governador de Mato grosso entre 1991 e 1994 e prefeito de sua cidade natal por três vezes.
Região Sudeste
No Sudeste, Eliseu Resende (PFL-MG), Francisco Dornelles (PFL-RJ) e Renato Casagrande (PSB-ES) foram eleitos. Eduardo Suplicy (PT-SP) foi reeleito. Paulo Duque (PMDB-RJ) assumiu no lugar de Sérgio Cabral, do qual era segundo suplente. Cabral foi eleito governador.
O novo senador por Minas Gerais é Eliseu Resende, que ocupará a vaga deixada por Aelton Freitas (PL), eleito deputado federal. Eliseu tem 77 anos, e foi eleito com 5,05 milhões de votos, ou 60,89% dos votos válidos.Desde 1995 é deputado federal e já ocupou duas vezes o cargo de ministro: entre 1979 e 1982, durante o governo Figueiredo, esteve à frente do Ministério dos Transportes; em 1993, quando o presidente era Itamar Franco, Eliseu foi ministro da Fazenda.
Outro deputado federal que assume o mandato de senador em fevereiro é Francisco Dornelles (PFL-RJ). Ele ocupará o lugar do senador Roberto Saturnino (PT-RJ), que não disputou as eleições de 2006. Desde 1987 Dornelles tem mandato na Câmara. Ele também já esteve à frente de três ministérios: Fazenda em 1985 (governo Figueiredo), Indústria, Comércio e Turismo (de 1996 a 1998) e do Trabalho e Emprego (entre 1999 e 2002), esses últimos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.
Aos 79 anos, Paulo Duque
chega ao Senado com a experiência de oito mandatos de deputado estadual
(de 1962 a 1998) e da atuação política no diretório municipal do PMDB
do Rio de Janeiro. Segundo suplente na chapa de Sérgio Cabral, Duque
assume a vaga porque o primeiro suplente, Regis Fichtner, foi nomeado
chefe do Gabinete Civil no governo de Sérgio Cabral.
Renato Casagrande (PSB) é o novo senador pelo Espírito Santo. Ele ocupará a vaga de João Batista Motta (PSDB-ES). Casagrande está atualmente em seu primeiro mandato de deputado. Na Câmara, é o líder de seu partido. Foi vice-governador de seu estado entre 1995 e 1998, além de ter sido secretário estadual de Agricultura. Casagrande foi eleito com 1,03 milhão de votos (62,37% dos votos válidos).