Tecnologia a Favor da Educação

Programa “Um computador por aluno” começa no Rio Grande do Sul


Na semana passada, algumas escolas públicas do Rio Grande do Sul, começaram a receber os primeiros computadores portáteis (laptops) do programa "Um Computador por Aluno (UCA)", do governo federal, para um projeto-piloto. A idéia é testar o funcionamento das máquinas em sala de aula, no processo de Educação. Independente dos méritos da inclusão digital desses jovens, a grande questão que surge em debate é como cruzar Tecnologia e Educação.

"É uma questão de uso", afirma Marcos Meier, professor, psicopedagogo e diretor geral do Grupo Martinus, em Curitiba. Juntamente com a professora Sandra Garcia, mestra em Psicologia da Aprendizagem, Meier lançou o livro “Mediação da Aprendizagem – Contribuições de Feuerstein e de Vygotsky”, que trata da interação entre professor e aluno.

De acordo com o professor, a escola deve usar os recursos disponíveis de forma inteligente. Uma redação feita no papel e só digitada no computador não contribui em nada para essa interação. Já usar uma planilha de cálculos para que o aluno aprenda a fazer operações matemáticas, gerar gráficos e organizar conteúdos são atividades mais produtivas.

Sandra concorda. Não se deve lutar contra a tecnologia no processo de Educação. Isso seria restringir demasiadamente o potencial dos jovens, segundo a professora. É preciso preparar os estudantes com responsabilidade. "O professor e a escola precisam é estarem atentos. Estamos preparando o jovem para o mundo moderno. Estamos vivendo na era da informação", diz. Ainda segundo Sandra, deve-se desenvolver o protagonismo nos estudantes. "Tudo o que vem para acrescentar é visto com bons olhos, mas não pode parar só nisso. A tecnologia não pode ser apenas recurso de aproximação com os alunos. O importante é não perder o foco na Educação", completa.

Mesmo assim, a maior parte da utilização dada aos computadores pelas crianças e jovens é voltada ao lazer. Muitas vezes, em período de aula. O desafio, para Betina von Staa, coordenadora de pesquisa em Tecnologia Educacional da Positivo Informática, está em mostrar para o estudante o papel da tecnologia para a pesquisa e objetivos mais efetivos do que usar o computador como brinquedo. "Tanto o aluno quanto o professor devem ter consciência do objetivo, seja ele qual for", afirma Betina.