Conheça a história de Bernardo Sayão
Bernardo Sayão nasceu em 1901, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro. Fez o ginásio no Colégio Anchieta de Nova Friburgo (RJ), cursou a Escola de Agronomia de Piracicaba (SP) e a Escola de Agronomia de Viçosa (MG), em 1929.
Em 1939, aparecia Sayão em Goiás pela primeira vez, atraído pela obra de Pedro Ludovico, que constituía Goiânia, abrindo novas perspectivas para todo o estado de Goiás. Na década de trinta, já acreditava nas vantagens da interiorização do desenvolvimento brasileiro.
Foi em 1941, que Getúlio Vargas escolheu Bernardo Sayão para dirigir a implantação de uma Colônia Agrícola no interior de Goiás. Encontrava-se em foco a tão falada e famosa "Marcha para o Oeste". No entanto, em 1950, devido a burocracias, Bernardo Sayão foi exonerado do cargo em comissão, de Administrador da Colônia Agrícola Nacional de Goiás. Quatro anos depois, era eleito Vice-Governador do Estado de Goiás, com votação superior à do próprio governador eleito. Por ter sido muito bem votado, era o homem mais indicado para iniciar as construções primárias de Brasília.
No ano de 1955, o Governo Federal providenciou e nomeou uma comissão, presidida por Altamiro Pacheco, e depois por Segismundo Melo, com a participação de Bernardo Sayão e Jofre Parada, para desapropriar, em nome de Goiás, as fazendas que ficavam situadas no Quadrilátero Cruls. Era proprietário da Fazenda do Gama, o Sr. Algostinho da Silva.
Um dos primeiros encargos a serem executados no Distrito Federal, foi a construção de dois campos de pouso para aeronaves pequenas, sob a chefia de Sayão. Um na Fazenda do Gama, próximo ao local onde existe hoje o Catetinho e outro, a que deu o nome de Vera Cruz, próximo ao córrego Acampamento, nome dado por ter sido onde acampara a Comissão Cruls, em 1892 e onde Sayão armara sua primeira barraca em 1955.
Com a criação da Novacap, Bernardo Sayão foi um de seus primeiros diretores, juntamente com Israel Pinheiro, Ernesto Silva e Iris Meinberg. Foi nomeado Diretor Executivo.
Pela sua própria figura, atitude e audácia, ninguém seria capaz de contradizê-lo em abrir o picadão da estrada Belém-Brasília em tão pouco tempo, como exigia o Presidente Juscelino.
A luta tinha apenas iniciado. O entusiasmo renasceu. Conseguiu cinco equipes de máquinas e parte para a arrancada, a que seria, talvez, o maior desafio de sua vida e fonte de riqueza e progresso de uma região considerada intransponível.
Entretanto, no dia 15 de janeiro de 1959, uma árvore derrubada, na abertura da Belém-Brasília, caíra sobre a barraca onde estava Bernardo Sayão e outro companheiro. Sayão foi gravemente ferido. Ao fim da tarde, depois de muitas dificuldades, chegava ao local o helicóptero usado pelo Presidente e pilotado pelo major Tomaz, que dirigiu-se para Açailândia, a localidade mais próxima. Devido à gravidade de seus ferimentos, morreu a caminho, dentro do helicóptero.
No dia 16, à noite, trazido de avião, o corpo de Sayão chegava a Brasília, onde já o aguardava o Presidente Juscelino Kubitschek. Por ironia do destino, Bernardo Sayão também foi o pioneiro do Cemitério da Cidade, hoje Campo da Esperança, que ajudou a construir.