Arca das Letras doa livros para Moçambique
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) acaba de doar sete
acervos Arca das Letras para Escolas Familiares Rurais (EFR) de
Moçambique e uma biblioteca rural completa do Programa para o Centro de
Estudos Brasileiros em Maputo, capital do país africano. A ação foi
realizada em parceria com a Embaixada do Brasil no local, a Coordenação
de EFR no país e a União Nacional das Escolas Famílias Agrícolas do
Brasil. O transporte das doações foi viabilizado pelo Ministério das
Relações Exteriores e pela Força Aérea Brasileira.
Esta
iniciativa do MDA pretende contribuir para a formação das bibliotecas
das EFR moçambicanas e ampliar o acesso a informações relativas ao
desenvolvimento rural sustentável e à literatura brasileira, a exemplo
do que é feito no Brasil com a doação de livros às Escolas Famílias
Agrícolas e às Casas Familiares Rurais dos Centros Familiares de
Formação por Alternância (CEFFAs).
Além de títulos
especializados em educação no campo, agroecologia e demais temas
agrícolas, a remessa contém cartilhas sobre drogas, títulos de autores
portugueses e também brasileiros, como Manuel Bandeira, Jorge Amado,
Vinícius de Morais, Carlos Drummond de Andrade, Maria Adelaide Amaral,
Cecília Meirelles, Monteiro Lobato e Gilberto Freire. A doação contém
também livros de pesquisa escolar, sobre saúde, meio ambiente e também
exemplares sobre arte e cultura brasileiras. Foi enviado também um
roteiro que orienta a organização da biblioteca.
As EFRs de
Moçambique estão atuando na formação de 412 jovens como agentes rurais
com habilitação em assuntos relativos à agropecuária, utilizando o
método da pedagogia da alternância, em que os estudantes ficam na
escola durante alguns dias depois aplicam os conhecimentos técnicos nas
suas comunidades.
Esta não é a primeira vez que o Arca das
letras chega em outros países como forma de cooperação solidária. Em
2005, três bibliotecas foram instaladas em Díli, capital do
Timor-Leste, e uma em Cuba, na Biblioteca Pública Ruben Martinez
Villena, no bairro Habana Vieja, em Havana.
Sobre o Arca das Letras
No
Brasil, o programa Arca das Letras, criado pelo MDA em 2003, já
implantou 5.668 bibliotecas rurais em mais de 1.700 municípios
brasileiros. Até agora, mais de 1,2 milhão de livros foram
distribuídos, beneficiando mais de 625 mil famílias do campo. A
administração das bibliotecas é feita por mais de 11 mil agentes de
leitura, que contribuem para melhorar os índices educacionais de suas
comunidades, além de apoiar o trabalho e valorizar a cultura no meio
rural.
Os acervos são formados por livros didáticos, literatura
para crianças, jovens e adultos e livros técnicos e especializados nas
áreas de saúde, meio ambiente, educação, técnicas agrícolas e de pesca.
Também contam com publicações que orientam o exercício da cidadania,
como os Estatutos da Criança e do Adolescente, do Idoso, da Igualdade
Racial, do Torcedor, a Lei Maria da Penha e a Constituição do Brasil.
Instalada
na casa de um morador, ou na sede de uma associação rural, cada
biblioteca é formada, inicialmente, por cerca de 200 livros. As
comunidades escolhem os assuntos que formam os acervos, o local onde a
biblioteca é instalada e indicam os moradores que serão capacitados
como agentes de leitura. Os agentes são moradores das comunidades
beneficiadas que se responsabilizam pelo empréstimo dos livros e pelo
incentivo à leitura. O trabalho é voluntário e a escolha é feita em
reuniões de consulta popular e de planejamento das bibliotecas.
O
Programa conta com parceiros como o Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação do Ministério da Educação (FNDE/MEC), o Banco do
Brasil/Projeto BB Fome Zero, o Departamento Penitenciário Nacional do
Ministério da Justiça, o Ministério da Cultura, o Banco do Nordeste e
outros órgãos públicos federais, estaduais e municipais. Também
participam os movimentos sociais e sindicais, editoras, artistas e a
população urbana, que contribui com a doação de livros.