Senado Cultural prestigia a Prata da Casa

O Senado Cultural apresenta nesta terça e quarta feira, no auditório Senador Antonio Carlos Magalhães, do Interlegis, o programa "Pratas da Casa". Quem desejar assistir por videostreaming, clique no link acima da matéria

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Quando o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) interpreta uma música de protesto, ou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) canta um samba reverenciando a chegada do carnaval, ou o senador Magno Malta (PR-ES) lança mais um CD gospel, ou até mesmo o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) arrisca os primeiros versos de "A noite do meu bem", de Dolores Duran, (a música preferida do ex-presidente) fica patente que, além do talento para a política, a arte também corre nas veias e povoa as ideias dos parlamentares brasileiros. Mas esse interesse pela cultura, esse dom musical não é exclusividade dos que têm mandato. Nas secretarias, nos gabinetes e nos diversos órgãos que compõem a Casa, dezenas de servidores anônimos cantam, compõem, tocam, interpretam... Para eles, o programa Senado Cultural lançou o projeto Pratas da Casa, cuja estreia está marcada para o dia 8 de setembro, às 19 horas, no Auditório Senador Antonio Carlos Magalhães, do Interlegis.

 

O projeto Pratas da Casa é o sucessor do Bossa Nova no Senado, realizado pelo Senado Cultural no ano passado. Por ocasião dos 50 anos da Bossa Nova, servidores do Senado e convidados homenagearam aquele ritmo musical brasileiro. Para o Pratas da Casa, foi lançado, no primeiro semestre de 2009, um edital convidando os servidores a participarem. A organização do Senado Cultural elencou as efemérides musicais celebradas este ano e listou-as como sugestão para os "pratas da casa". E eles toparam o desafio. Até dezembro, serão realizados doze shows no Interlegis. O décimo-terceiro e último do ano reunirá todos os artista das apresentações anteriores para uma grande festa de confraternização no palco de uma das salas do Teatro Nacional.   

 

A estreia do dia 8 ficará por conta da cantora e servidora do gabinete do senador Papaléo Paes (PSDB-AP), Vanessa Pinheiro. Ela é uma cantora de sucesso que inclui em seu currículo até elogios do importante crítico brasileiro Tarik de Souza. Criada no Rio de Janeiro, com passagem por Curitiba, Vanessa aportou há 11 anos na capital federal, onde graduou-se em Jornalismo e Letras, estudou canto na Escola de Música de Brasília e fez inúmeras apresentações em casas de show, bares e teatros da cidade. Em 2004, lançou seu primeiro CD, que lhe rendeu convites para turnês em Portugal, Espanha e França. Agora ela lança seu segundo CD, Varanda, produzido por Arthur Maia, e que conta com a participação de músicos como Romero Lubambo, Carlos Malta, Kiko Continentino, Lui Coimbra e Gabriel Grossi, entre outros.

 

Vanessa Pinheiro escolheu, para homenagear, Nara Leão e Dolores Duran. Em junho deste ano, completou o vigésimo aniversário de morte da capixaba Nara, que ao completar um ano de idade mudou-se para o Rio de Janeiro. Algumas versões dão conta que a bossa nova nasceu no apartamento dos seus pais, em Copacabana. A estreia profissional ocorreu ao lado de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia Pobre Menina Rica, em 1963. O título de musa da Bossa Nova lhe foi outorgado pelo cronista Sérgio Porto. O espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e de Zé Keti, com críticas sociais e ao regime militar, a consagrou. Morreu na manhã de 7 de junho de 1989, vítima de um tumor cerebral, aos 47 anos de idade. Seu último disco foi My foolish heart, lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.

 

A outra homenageada de Vanessa, Dolores Duran, tinha como nome verdadeiro Adiléia Silva da Rocha. Natural do Rio de Janeiro, em 1930, ele viveu pouco mais de 29 anos. Apesar do pouco tempo de existência, ela deixou sua assinatura como compositora em várias canções consideradas entre as melhores da música popular brasileira, como por exemplo Estrada do sol, A noite do meu bem e Castigo. Começou a cantar muito cedo e conquistou o primeiro prêmio aos dez anos de idade, no programa Calouros em Desfile, de Ary Barroso. Com a morte do pai, aos 12, passou a sustentar a família cantando em programas de calouros e trabalhando no rádio como atriz. Morreu de um infarto fulminante em 23 de outubro de 1959.

 

Vanessa tocará acompanhada do violonista Fabiano Borges, que é mestre em musicologia pela Universidade de Brasília (UnB). Ele é um estudioso do choro brasileiro e do violão de sete cordas. Como compositor, venceu o IV Festival de Música Instrumental Brasileira (FEMIB, promovido pelo SESC) em 2002, e foi finalista de outros concursos e festivais. Gravou inúmeros programas de televisão, com destaque para duas edições do programa Conversa de Músico, exibido em rede nacional pela TV Senado. Seu trabalho é difundido em países nos quais fez concertos, como Equador, Peru, Argentina, Espanha e Alemanha.

 

A programação do Pratas da Casa deste ano é a seguinte:

 

- 08/09 - Pratas da Casa - Abertura: Vanessa - Canta Dolores e Nara Leão
- 09/09 - Pratas da Casa: Assis Medeiros - Canta Roberto Carlos
- 23/09 - Pratas da Casa - Daniel - Canta Raul e Roberto
- 24/09 - Pratas da Casa: Fernando Neves - Canta Roberto Carlos e Raul Seixas

OUTUBRO
- 01/10 - Pratas da Casa: Ângela Brandão - Canta Luiz Gonzaga
- 14/10 - Pratas da Casa - Coral do Senado - Canta Heitor Villa-Lobos e Luiz Gonzaga - (Maestrina Glicínia)
- 15/10 - Pratas da Casa: Wilson Pereira e Cássia Portugal - Cantam Jair Rodrigues 

NOVEMBRO
- 04/11 - Pratas da Casa - Carlos Penna - Canta Raul Seixas
- 05/11 - Pratas da Casa - Sthel Nogueira - Canta Heitor Villa-Lobos
- 25/11 - Pratas da Casa - Nelson Oliveira - Canta Jair Rodrigues
- 26/11 - Pratas da Casa - Anne Evans - Canta Luiz Gonzaga

 DEZEMBRO
- 09/12 - Pratas da Casa - Show com todos os cantores - (Teatro Nacional – Sala Villa Lobos)