INSTITUCIONAL - Etiópia quer cooperação com o Interlegis
O presidente do Parlamento da Etiópia, Abadula Gemeda, chefiando uma delegação de parlamentares etíopes, encerrou nesta quarta-feira, dia 25, uma visita de dois dias ao Senado com a promessa de que receberá apoio do Programa Interlegis para a organização do Legislativo do seu país. No fim do dia, depois de reuniões com áreas técnicas do Senado, eles estiveram com o senador Cícero Lucena e com Haroldo Tajra, respectivamente diretor nacional e diretor executivo do Interlegis.
Gemeda disse que, apesar das muitas diferenças e da grande distância, é forte o interesse do seu país em aprender com a experiência brasileira, além de estreitar também o relacionamento econômico. "Estamos longe, mas a tecnologia nos aproxima; queremos trabalhar com o Brasil e queremos os Parlamentos como ponte", afirmou.
O senador Cícero Lucena ressaltou a importância da troca de informações e experiências entre os países e colocou o Interlegis à disposição para colaborar com a estruturação do Parlamento etíope.
Haroldo Tajra deu uma explicação sobre o funcionamento e a experiência do Interlegis, não só no Brasil, como internacionalmente, citando o exemplo de Guiné Bissau, que utiliza o Portal Modelo de internet, hospedado aqui. Os parlamentares etíopes consideraram que este pode ser um ponto de partida na parceria entre os dois países. Gemeda pediu, inclusive, ao embaixador do seu país no Brasil que dê prosseguimento às negociações de um possível convênio. Tajra disse que "será uma honra poder colaborar com o Parlamento da Etiópia".
O senador Cícero Lucena aproveitou para convidá-los a participarem da Primeira Conferência de Parlamentos sobre Mudanças Climáticas, que vai acontecer uma semana antes da Conferência Rio + 20 e que já tem confirmadas as presenças de mais de 300 parlamentares de 100 países. Gemeda aceitou o convite e disse que seu país tem liderado as discussões na África sobre mudanças climáticas.
A delegação esteve também com a Secretária Geral da Mesa do Senado, Cláudia Lyra, a quem indagaram sobre o funcionamento do plenário e dos gabinetes, entre outros temas. Também se impressionaram com as informações do diretor da Consultoria de Orçamento, Orlando de Sá, sobre as cifras do orçamento brasileiro e a participação dos parlamentares na sua elaboração e, sobretudo, no que lhes cabe de emendas, já que, na Etiópia, eles tem direito a apenas uma.
Segundo Abadula Gemeda, que também falou da precária organização do Legislativo no seu país, foram todas informações muito úteis e importantes. "O Brasil é um dos países mais fortes do mundo em desenvolvimento e tem uma rica experiência em democracia parlamentar; e esta colaboração que estamos buscando"