No segundo dia, EnGIAL discute o desempenho do Legislativo

Palestras abordaram o suporte que o Interlegis tem fornecido, indicadores de desempenho das Câmaras, necessidade de se conhecer melhor o Legislativo

Do vereador da pequena Juripiranga na Paraíba, que disse ter contado com a ajuda do GIAL e do Interlegis em 100% das suas propostas ao lançamento nacional de um indicador de desempenho para o Legislativo feito pela Câmara de São Paulo em parceria com a poderosa FIESP e uma instituição de ensino, Insper, o segundo dia do I EnGIAL foi de palestras diversificadas. Todas, porém, mostraram uma nítida preocupação com a imagem do Legislativo e com a necessidade de melhorar - e até medir - o desempenho da instituição e dos vereadores.

No meio de tudo isso, uma palestra completamente diferente, que levou o público no plenário da Câmara Municipal de Campinas às lágrimas e a muitas gargalhadas. O professor da USP e da UNICAMP, Luiz Barco, doutor em ciências da comunicação, mas também professor de matemática, fugiu do lugar comum: falou de poesia e de livros, contou muitas histórias e piadas, brincou com a plateia pra, no fim, pedir aos vereadores que sejam tolerantes, humildes, honestos e que lancem boas ideias. Foi aplaudido de pé.

O vereador Severino Lucas, de Juripiranga, deixou boas ideias para trás, mas não foi reeleito. Usuário do GIAL desde o início, contou com a ajuda virtual dos colegas para apresentar propostas como a da sessão itinerante e a tribuna livre. Falou sobre a função do vereador e deu dicas sobre como exercer bem  mandato. Juripiranga tem cerca de 10 mil habitantes.

O coordenador do programa de pós-graduação do Centro de Formação da Câmara dos Deputados, André Sathler, propôs uma "cartografia de um novo campo do saber", que seria o Poder Legislativo. "É importante estudarmos o Legislativo, até porque ele está em risco, e não só no Brasil", alertou. Ele mostrou como o Legislativo precisa ocupar seu lugar no mapa do conhecimento e explicou como será o curso de mestrado que o CEFOR vai dar a partir do ano que vem. Ele também abordou o desconhecimento  com que o Parlamento é visto pela sociedade e pela imprensa, o que demonstra a necessidade de se pesquisar mais e conhecer mais o Legislativo.

Servidor do Senado e ex-consultor de orçamentos, João Henrique Pederiva, mostrou seu trabalho sobre a construção de uma ferramenta para medir o que é discutido ou aprovado nos parlamentos e sua correspondência com o que deseja a população ou com a agenda do Executivo. Trata-se da "responsividade democrática", que tenta "olhar para trás e ver, a partir disso, o que vai acontecer à frente e, se necessário, fazer uma intervenção".

No dia 4 de dezembro, o Brasil vai conhecer um indicador de desempenho do Legislativo desenvolvido durante um ano pela Insper, uma instituição de ensino privada de São Paulo, a pedido da Câmara paulistana, com o apoio da FIESP. A economista Luciana Yeumg e a secretária-adjunta da Câmara de São Paulo Maria Nazaré Lins Barbosa, falaram genericamente da proposta, seus conceitos e a operacionalização, mas não deram detalhes, já que haverá um lançamento oficial em poucos dias.

Também falou aos participantes do EnGIAL o presidente da CONFELEGIS (Confederação dos Servidores do Poder Legislativo e dos Tribunais de Contas do Brasil), Antônio Carlos Fernandes Júnior, que analisou a organização dos trabalhadores e o relacionamento dos servidores com a instituição.