Janeiro
Presidente da Câmara de Cascavel (CE) quer participação do Interlegis em encontro de vereadores
Presidente da Câmara Municipal de Cascavel (CE) pela terceira vez, Júlio da Caixa, visitou nesta sexta-feira, 22, a sede do Interlegis mais uma vez em busca de parceria. Interessado em promover um encontro para as cerca de doze Câmaras da região vizinha à sua cidade, que fica a 60 quilômetros de Fortaleza, ele quer a participação de consultores do Programa para discutir temas de interesse dos vereadores, sobretudo com relação às eleições deste ano.
Segundo Júlio da Caixa, os vereadores “ainda estão perdidos” com relação a questões como o fim do financiamento privado e a janela para a troca de partidos. Como seu objetivo é promover um encontro de quatro dias, há interesse também em realizar eventos de capacitação para vereadores e servidores das Câmaras, como oficinas de treinamentos nos produtos tecnológicos oferecidas pelo Interlegis – como as de Portal Modelo e Sistema de Apoio ao Processo Legislativo (SAPL).
Em princípio, o evento, que deve contar com a parceria da União dos Vereadores do Ceará, deve acontecer em março. Júlio da Caixa, que estava acompanhado do assessor José Ludson, foi recebido por Janary Nunes, da Coordenação de Planejamento e Fomento do Programa Interlegis, e deve retornar em fevereiro para concluir os entendimentos.
Senado lança Índice de Transparência do Legislativo
O Senado acaba de lançar o Índice de Transparência do Poder Legislativo. A ferramenta permite que o cidadão avalie o nível de transparência das casas legislativas de acordo com a Constituição, a Lei de Acesso à Informação (LAI), a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e os parâmetros estabelecidos pela União Interparlamentar (UIP), organização internacional de parlamentos, criada em 1889.
O índice vai de zero a um — em que zero indica nenhuma transparência e um, transparência máxima — e pode ser aplicado ao Senado, Câmara dos Deputados, assembleias estaduais, Câmara Legislativa do Distrito Federal e câmaras municipais.
De acordo com a diretora da Secretaria de Transparência do Senado, Elga Lopes, a criação do índice foi aprovada pelo Conselho de Transparência e Controle Social do Senado. Órgão consultivo da presidência do Senado, o Conselho de Transparência e Controle Social é integrado pelos diretores da Secretaria de Transparência; da Secretaria de Gestão da Informação e Documentação; da Ouvidoria, representada pela Coordenação de Relacionamento com o Cidadão; e da Secretaria de Comunicação Social. Conta também com três representantes da sociedade civil organizada: Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Instituto Ethos e Transparência Brasil.
Elga ressalta que a proposta utilizou a experiência do índice Cidade Transparente, desenvolvido pelo Ethos para avaliar a gestão dos municípios. O Cidade Transparente deu continuidade ao projeto Jogos Limpos, aplicado pelo instituto para acompanhar as informações de prefeituras e governos estaduais sobre a preparação da Copa do Mundo.
Para o diretor-executivo do Instituto Ethos, Caio Magri, avaliar o nível transparência é importante para fortalecer o diálogo entre o poder público e a sociedade civil.
— O Índice de Transparência do Poder Legislativo é uma iniciativa fundamental para instrumentalizar o controle social — afirma.
O coordenador de Controle Social da Secretaria de Transparência do Senado, Marcos Ruben de Oliveira, explica que o índice apresenta 68 indicadores, distribuídos em quatro dimensões: transparência legislativa; transparência administrativa; aderência à Lei de Acesso à Informação (LAI); e participação popular e controle social.
— A análise de transparência legislativa vai avaliar quão transparente é o órgão em relação às atividades de legislar e fiscalizar o Executivo. A transparência administrativa mede a transparência da instituição quanto aos aspectos administrativos e financeiros — diz.
Já quanto à participação e ao controle social, segundo Marcos Ruben, deve-se verificar o quanto o órgão é aberto para que a sociedade possa participar e dar sugestões sobre sua atividade-fim. Por último, a aderência à LAI aponta o grau de cumprimento dos dispositivos da lei pelos órgãos avaliados.
Cada indicador vai ser analisado sobre quatro pontos de vista: atualidade, totalidade, prontidão e série histórica. Se não atender ao indicador, a nota será zero; se parcialmente, 0,5; e se atender completamente, 1. Ao final, será calculada uma média para formar o Índice Geral de Transparência.
Conforme o coordenador, qualquer cidadão de posse do manual poderá reproduzir o cálculo do índice. O material está disponível na página www12.senado.gov.br/transparencia/ctcs/conselho-de-transparencia.
Consulta pública
Para chegar à versão final, os indicadores foram submetidos a consulta pública em outubro deste ano. Sugestões foram incorporadas ao índice após homologação pelo Conselho de Transparência do Senado. Contribuições genéricas e sem relação com a proposta não foram incorporadas.
— Foram acolhidas duas sugestões. Uma delas foi a de disponibilizar ao público a normatização interna de aplicação da LAI. A outra sugere a presença de mecanismos para que o cidadão acompanhe o seu pedido de acesso à informação — afirmou Marcos Ruben.
O coordenador enfatiza que o objetivo do índice é oferecer uma metodologia sistematizada à sociedade. Além disso, a ferramenta permite que as próprias Casas legislativas avaliem a sua transparência e definam metas de aperfeiçoamento dos serviços oferecidos.
— O Índice de Transparência foi criado pelo Senado, mas o Senado não vai avaliar ninguém — ressalta Marcos Ruben.
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