Segurança alimentar e sustentabilidade dominam debates do Congresso do Futuro
na foto, os senadores Garibaldi Alves Filho, Wellington Fagundes, Cristovam Buarque, Elmano Ferrer, Reguffe e Eunício Oliveira. Foto: João Stiben
O primeiro dia de debates do 1º Congresso do Futuro, realizado nesta quinta-feira (8), foi marcado por palestras que abordaram a sustentabilidade e a agenda pública para o ano 2030, além de desafios em segurança alimentar a políticas públicas para a saúde.
Alfredo Pena-Vega, sociólogo e pesquisador do Centro Edgar Morin, falou sobre os desafios para o futuro e destacou as propostas para mudar o planeta elaboradas por 380 pesquisadores, distribuídos em 50 universidades de diversos países.
— Uma das questões que acreditamos ter grande urgência é a necessidade de criação de um tribunal mundial para condenar crimes econômicos. Eles têm derrubado as economias e os governos no mundo e é preciso fazer algo para que isso não aconteça mais — disse.
No painel que tratou sobre segurança alimentar, a professora de Relações Internacionais na New School, em Nova York, Sakiko Fukuda-Parr, foi enfática ao declarar que “a fome não significa falta de comida, mas falta de acesso à comida". Segundo ela, existe suficiente produção de alimentos, mas eles não são escoados ou tratados de forma economicamente viável e inteligente para chegar até as pessoas.
Sakiko Fukuda-Parr, que é uma das principais autoridades em desenvolvimento humano e autora do relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), afirmou que os alimentos geneticamente modificados, que tanto são atacados no mundo rico, são a esperança de acabar com a fome nos países mais pobres.
— O mundo em desenvolvimento precisa destas tecnologias o mais depressa possível, e os países europeus e os grupos ambientalistas estão a atrasar tudo. Não precisamos pagar menos pela comida, nem necessitamos verdadeiramente de tomates que não apodrecem. Mas há países que têm de enfrentar escassez de alimentos, secas repetidas e veem as colheitas fracassarem todos os anos — alertou.
No painel que tratou de políticas públicas para saúde, o professor da Lee Kuan Yew School of Public Policy, em Singatura, M. Ramesh, chamou atenção ao pontuar que os governos precisam concentrar-se simultaneamente nos aspectos da oferta e procura dos cuidados de saúde.
- A gestão do setor da saúde é bem complexa, como todos sabem. Os governos precisam desenvolver sua capacidade política analítica e gerencial se quiserem gerenciar o setor, primordial para a população do mundo inteiro - afirmou.
Programação
Nesta sexta-feira (9) o Congresso do Futuro abordará temas relacionados à educação, ciência e inovação do futuro; a democracia representativa no mundo digital e o futuro da comunicação e seu impacto nas relações humanas.
Fonte: Agência Senado