Encontro Interlegis: deputado em SP critica união do Brasil ao BRICS

Durante o Encontro Interlegis “BRICS – Riscos e Oportunidades – Para onde vai o Brasil? ”, que reuniu especialistas para discutir o futuro do Brasil dentro do BRICS, o deputado estadual em São Paulo, Heni Ozie Cukier, tratou sobre o ponto de vista estratégico da união do Brasil ao BRICS, e avaliou como “uma situação delicada” a aproximação com países como China e Rússia.

O deputado iniciou os debates do período vespertino, onde falou sobre o surgimento do BRICS e a definição dos países para compor o agrupamento.

- A ideia do BRICS surge de um analista econômico do grupo Goldman Sachs, e agrupa países que ele entende que possuem semelhanças de prospecção de crescimento econômico – disse.

Para o deputado, a escolha desses países é a raiz da reflexão sobre a divergência da existência do grupo. Segundo ele, tanto a China quanto a Rússia fazem parte de grandes fóruns internacionais e, para esses países, o BRICS torna-se apenas uma ferramenta a mais.

- É muito fácil estar sentado nas grandes estruturas de poder e criar estruturas paralelas. O Brasil não faz parte dessas estruturas e tem pouca semelhança cultural, geopolítica, estratégica e democrática com eles – disse.

O painelista avalia, ainda, que Rússia e China são exemplos de países líderes de uma recessão democrática vista no mundo atualmente e, com isso, o BRICS tem dificuldades para se organizar em uma política coerente, pois seus posicionamentos são colocados, muitas vezes, de forma genérica.

- Numa escala de grau, os países que mais cometem violações dos direitos humanos, desrespeitam normas internacionais e estão mais longe do ideal democrático são, exatamente, os países dos BRICS – avaliou.

O painelista encerra sua fala seus com o seguinte questionamento: faz sentido para o Brasil atrelar-se ao BRICS?

- A união do Brasil a esse grupo pode gerar uma situação delicada e até desconfortável com outros parceiros mais interessantes e mais naturalmente próximos da nossa cultura, localização geográfica e interesses – finalizou o deputado Heni Cuckier.