Encontro Interlegis debate o papel da mulher em processos decisórios

O Encontro Interlegis “Webinar Feminino – Poder, Política e Mercado de Relações Institucionais e Governamentais” reuniu, na tarde de sexta-feira (13), profissionais de Relações Institucionais e Governamentais (RIG) para debater questões sobre o papel feminino em processos decisórios, com atuação no mercado de relações institucionais e governamentais.  

O evento foi transmitido ao vivo pela TV Senado e nas plataformas digitais do Interlegis. Mais de 600 pessoas acompanharam a transmissão do Encontro, que foi realizado em caráter exclusivamente virtual, devido às ações do Senado Federal de prevenção ao novo coronavírus. O Ato do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi assinado após a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificar a covid-19 como pandemia. 

Na abertura do Webinar, o Diretor Executivo do Interlegis, Márcio Coimbra, ressaltou a relevância do debate neste mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, e relembrou sua experiência profissional ao lado de uma equipe predominantemente feminina.

“Quando estive à frente da diretoria da Apex Brasil, a maioria da minha equipe foi formada por mulheres. Não em razão do gênero, mas porque são extremamente competentes e conquistaram o protagonismo por terem vasta experiência em suas áreas de atuação, habilidade de liderar e por estarem sempre prontas para encarar desafios, fazendo cada vez mais e melhor. Esses são os diferenciais de um bom profissional, independentemente de ser homem ou mulher”, disse Coimbra.

O diretor falou, ainda, sobre a disparidade na conquista de cargos de liderança entre homens e mulheres, onde frisou a importância de que haja proporcionalidade feminina no Congresso Nacional.

“Eu acredito que a política é uma das áreas mais importantes para diminuir essa disparidade com a elaboração de políticas públicas para beneficiar as mulheres no mercado de trabalho. Mas falta representatividade feminina também nesta área. Atualmente, a bancada feminina ocupa 15% das vagas na Câmara dos Deputados. Já no Senado, as mulheres representam 13% da casa. Dos 81 senadores, 12 são mulheres, o que levanta dúvidas sobre a inclusão da mulher em decisões governamentais”, afirmou o diretor.

A deputada federal Celina Leão, presidente da Frente em Defesa da Mulher da Câmara dos Deputados, enviou vídeo com mensagem para a abertura do Encontro Webinar, parabenizando a ação realizada pelo Interlegis. Na oportunidade, ela ressaltou a importância do debate para o público feminino.

“Nós sabemos o quanto é importante uma democracia justa e igualitária em que a mulher tenha equidade. A sociedade em geral ainda é muito machista, inclusive as mulheres, em razão da cultura patriarcal em que foram criadas. Mas creio que quando buscamos conhecimento e abrimos nossas mentes, ficamos dispostas a julgar menos umas às outras e desenvolvemos a sororidade entre nós, que nada mais é do que ter empatia com outras mulheres, deixando de lado as críticas e a concorrência para nos apoiarmos e nos unirmos”, concluiu.

Debates

O painel “Poder, Política e Mercado de Relações Institucionais e Governamentais” foi mediado por Carolina Venuto, advogada e coordenadora do Comitê de Mulheres da Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (ABRIG). Ao todo, sete mulheres profissionais deste segmento compuseram a roda de conversa sobre o tema.

O papel exercido pela mulher dentro da política e no mercado de relações institucionais esteve no centro dos debates. A empresária Katiane Gouvêa, que já foi candidata a deputada federal em 2018, falou sobre a importância de ampliar o número de mulheres no cenário político brasileiro.

“A mulher tem um olhar complementar e é isso o que está faltando para o Brasil. Esse país é uma potência, um gigante, e nós não vamos conseguir trabalhar para melhorar a vida de todos os brasileiros se tivermos só uma visão, a masculina. É muito importante que as mulheres participem cada vez mais do processo eleitoral”, ressaltou a empresária.

Aos 27 anos, a profissional de Relações Institucionais e Governamentais, Karoline Pereira, já ocupa uma posição Sênior na Instituição em que atua, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL/SPC). Karoline revelou que, ainda adolescente, precisou saber se impor dentro de espaços políticos.

“Desde os meus 16 anos de idade, quando iniciei minha carreira nos movimentos políticos, eu procurei ganhar o meu espaço profissionalmente, mostrar que eu estava ali para realizar um trabalho e não para ser olhada de outra maneira. Eu busquei lidar com isso de uma forma positiva e otimista, e assim fui ganhando meu espaço nos ambientes por onde fui passando”, revelou ela.

A Diretora-Geral do Senado, Ilana Trombka, encerrou o evento com um discurso descontraído sobre o papel da mulher. Para ela, é importante que a mulher saiba exercitar a liberdade de se posicionar de acordo com a necessidade do momento.

“Eu costumo dizer que as lideranças não são masculinas ou femininas, e sim lideranças. O jeito de administrar não é masculino nem é feminino, ele é o jeito de administrar. O sucesso, a mesma coisa. Assim, o espaço que a mulher deve ocupar não é este ou aquele, é qualquer um, é o que ela quiser. Pode ser em RIG, pode ser na gestão pública, pode ser na privada, pode ser em casa”, expressou.

Ilana concluiu reafirmando que é preciso haver equidade de oportunidades, para que a mulher possa ocupar de forma justa, em comparação ao homem, o lugar que deseja e mereça ocupar.

“Então, mulheres, estejamos na área de RIG, estejamos nas universidades, nas Forças Armadas ou em casa. O importante é que tenhamos a oportunidade de estar onde nós quisermos e aonde merecermos, em paridade de oportunidades com os homens. É importante que a equidade de gênero seja a igualdade de oportunidades, dessa forma, chegaremos todos, homens e mulheres, na mesma condição”, disse Ilana.

Acompanhe a íntegra do Encontro Interlegis. Clique aqui.

𝑮𝒂𝒍𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒅𝒆 𝒇𝒐𝒕𝒐𝒔.