Encontro Interlegis/ILB discute a gestão de pessoas no setor público

Na abertura do evento, o Senador Oriovisto Guimarães (Podemos/PR), afirmou que não existe solução econômica definitiva sem a reforma do setor público
Encontro Interlegis/ILB discute a gestão de pessoas no setor público

Sen. Oriovisto Guimarães fez a abertura do Encontro Interlegis

Durante um dia inteiro de debates nesta terça(29), o Encontro Interlegis/ILB, realizado no auditório Antônio Carlos Magalhães, discutiu a Gestão de Pessoas no Setor Público: Desafios e Soluções.

Convidado especial para o evento, o Senado Oriovisto Guimarães (Podemos/PR), lembrou sua trajetória como empresário e a experiência como gestor no setor privado para contribuir com o debate. De acordo com o parlamentar, não existe saída para o país sem um funcionalismo público eficiente, comprometido e capacitado. O senador Oriovisto afirmou, inclusive, que a modernização do serviço público, junto a fatores como a diminuição da burocracia, a simplificação tributária e a segurança jurídica são os únicos meios para atrair investimentos do setor privado e iniciar um ciclo econômico virtuoso.

O Coordenador-Geral do Interlegis/ILB, Leonardo Gadelha, elogiou o senso de oportunidade do Diretor-Executivo, Márcio Coimbra, ao eleger a gestão de pessoas no setor público como tema do Encontro Interlegis, Segundo Gadelha, o tema se torna central com a iminência de envio ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo, de uma Reforma Administrativa.

Segundo a Diretora-Geral do Senado, Ilana Trombka, a perspectiva da Reforma Administrativa não deve desmotivar os servidores públicos. Trombka encara a reforma como uma oportunidade em um cenário de mudanças.  O Senado teve nos últimos 4 anos cerca de mil aposentadorias e nenhum ingresso no quadro de servidores efetivos.

Durante todo o dia, os painelistas convidados para o Encontro/Interlegis concordaram em alguns pontos sobre a gestão de pessoas no setor público. Segundo eles, a diminuição de recursos, o cenário econômico ainda desfavorável, as diferenças de remuneração entre os setores público e privado e as demandas cada vez maiores acerca da qualidade nos serviços prestados pelo setor público, tornam praticamente inevitáveis mudanças na gestão de pessoas dentro das organizações. Ao mesmo tempo, eles admitiram que a melhoria de desempenho nesta área apresenta soluções complexas.

Diogo Fonseca, professor do Instituto de Direito Público, ressaltou que a gestão de pessoas não é uma atividade puramente técnica. Para ganhar adesão e apresentar resultados, precisa entender percepções, necessidades e atitudes dos próprios servidores.  

Marizaura Camões, da Escola Nacional de Administração Pública apontou alguns problemas que deverão ser enfrentados pela Reforma Administrativa proposta pelo governo. Segundo ela, as carreiras no serviço público são muito curtas, faltando critérios de ascensão. Desta forma, o modelo é insustentável na opinião da pesquisadora.

Gustavo Ponce de Leon, Diretor da Secretaria de Gestão de Pessoas do Senado Federal, traçou um cenário realista sobre os desafios enfrentados pelo serviço público no Legislativo. Segundo ele, gerir pessoas no Senado Federal é também um exercício de dar suportes às visões divergentes dos 81 senadores, compondo assim, um ambiente democrático que caracteriza o Poder Legislativo.