ILB promove debate sobre os desafios do Agronegócio brasileiro

Encontro teve participação do senador Marcos Rogério

- A legística brasileira está dividida em dois momentos: um antes e outro depois do Interlegis, tamanha tem sido a sua contribuição à melhoria do ambiente de produção normativa nacional.

Assim o senador Marcos Rogério (DEM-RO) iniciou sua fala durante o Encontro Interlegis/ILB “Agro + Infraestrutura: integração e desafios”, que o ILB promoveu nesta segunda-feira, no auditório do Interlegis.

O senador, que fez uma explanação durante o Encontro, explicou que a formação profissional é fundamental para a qualidade do que se produz no Legislativo. Não somente a preparação do legislador, mas também do corpo técnico que o assessora e que o papel do Interlegis nesse caminho tem sido fundamental.

O diretor-executivo do ILB, Márcio Coimbra ressaltou que o Instituto tem procurado trazer para o Senado temas importantes para o Brasil.

­ –  Como think tank da Casa Legislativa, temos essa responsabilidade de discutir e trazer para o debate grandes temas que permeiam o país. Ele também frisou que a iniciativa foi do senador Marcos Rogério, que sugeriu que a integração do agro com a infraestrutura é um dos temas mais importantes para se debater na atualidade.

O senador Marcos Rogério trouxe dados para demonstrar que o Agronegócio brasileiro tem enormes desafios para enfrentar a fim de dar vazão à produção nacional crescente.

Ao frisar que o saldo positivo na Balança Comercial brasileira vem do agronegócio, o senador falou das projeções para os próximos dez anos que estimam que a área plantada com lavouras no país passará de 75, 4 milhões de hectares para 85 milhões aproximadamente. No campo da pecuária, Marcos Rogério afirmou que o Brasil já é o segundo maior produtor de rebanho bovino do mundo, com 215 milhões de cabeças.

– Isso demonstra que o setor vai muito bem porteira para dentro. Mas as demandas na infraestrutura ainda são um desafio na hora de escoar essa produção, a chamada porteira para fora – alertou.

Segundo ele, o principal gargalo está em infraestrutura de transporte, tanto para a distribuição interna quanto para a exportação, comprovada com a escassez e a má conservação das rodovias, ferrovias, hidrovias e terminais portuários, tornando a exportação brasileira quatro vezes mais cara que a exportação argentina, por exemplo.

– Se os problemas referentes ao escoamento do agronegócio brasileiro fossem solucionados, os produtores rurais teriam um aumento de 35% de ganho no seu negócio.

A falta de recursos disponíveis para investir em infraestrutura foi um dos pontos mais frisados pelos palestrantes.

Marcelo Sampaio, secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura, afirmou que a oferta de recursos públicos para infraestrutura é menos de 2% do PIB. O secretário apresentou as diretrizes de atuação do Governo para tratar do problema, que passam pela ampliação de parcerias com o setor privado e a continuação de obras estratégicas como corredores de exportação, eixos de integração nacional e melhoria da mobilidade em áreas urbanas. Fala corroborada por Érico Reis, diretor de Política e Planejamento Integrado, que explicou que as parcerias são uma maneira que o Governo está encontrando para enfrentar a falta de recursos públicos para tocar obras.

O momento fiscal delicado também foi lembrado por Christian Schneider, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Essa realidade faz com que seja um grande desafio para o setor de infraestrutura acompanhar o ritmo do desenvolvimento agroindustrial e pela consultora do Senado, Liliane Galvão. Liliane destacou que a falta de investimentos na malha rodoviária pavimentada, restrita a obras de manutenção, poderá ter graves consequências para o cenário futuro.

Elisângela Lopes, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, apresentou os desafios a serem superados a fim de tornar mais competitivo o agropecuário no mercado internacional. As respostas, segundo ela, passam pela redução dos custos de transporte com a integração de modais e o aumento da oferta portuária.

O debate foi transmitido pelo canal do Interlegis no youtube e pode ser visto aqui